terça-feira, outubro 31, 2006

A Informação transforma pessoas e sociedades

O Brasil é um país de dimensões continentais e com uma diversidade cultural tão grande quanto seu território físico, e apesar de ser um país, com uma só língua e uma religião comum predominante, existem condutas comportamentais e culturais diferentes, parte influenciadas pelas diferenciações fisiográficas e parte por fatores históricos, como movimentos migratórios e colonizadores.

Apesar de possuir enormes riquezas naturais, um moderno parque industrial, alta tecnologia em quase todos os campos da ciência moderna, e ser considerada uma das 10 maiores economias do mundo, o Brasil também figura entre os 10 países com pior distribuição de renda do planeta, sendo ainda detentor de vergonhosas estatísticas sociais, sobretudo quando nos debruçamos sobre os municípios da região Nordeste do nosso país, onde se encontram a maior parte dos municípios pobres brasileiros.

Segundo dados da ONU o IDH médio destes municípios pobres do Nordeste não passa de 0,600, situando-se a maior parte deles abaixo da faixa denominada de linha de pobreza, acumulando mazelas sociais das mais diversas, nas áreas de saúde, educação, saneamento, segurança e direitos.

Grande parte deste quadro de miséria se deve ao fato de que historicamente as classes dominantes vem decidindo o destino das populações, sobretudo destes municípios mais pobres e distantes dos grandes centros, a revelia das pessoas, usurpando direitos e estabelecendo estratégias de manutenção do poder.

Uma destas estratégias de manutenção do poder é privação da informação e do acesso à cultura, pois um povo pobre, faminto e sem informação e cultura, dificilmente vai conseguir tomar em suas próprias mãos a condução de seus destinos, ficando sujeitos a este círculo vicioso de pobreza, sem capacidade de crítica, organização e mobilização.

A informação é transformadora fazendo com que as pessoas passem a ser sujeitos de seus destinos.

Atualmente nossa nação vive um novo momento político-social onde se constata uma enorme vontade de participação popular, configurando-se este momento como crucial neste processo de democratização da informação, com vistas à formação de um povo mais cidadão, conhecedor de seus direitos e deveres.

Diante desse grave cenários constatamos que devido a diversos fatores, geográficos, econômicos, culturais e políticos, os municípios do interior do Nordeste brasileiro tem sofrido ainda mais do que o restante do país, haja visto os indicadores sociais destes municípios, que refletem claramente a importância e a urgente necessidade de informação, organização e mobilização destas populações.
A maior parte das pessoas moradoras nestes municípios sequer ouviram falar em temas como meio ambiente, cidadania, saúde ambiental, valorização da cultura, direitos sociais básicos, etc.

Muitas das constatações elencadas acima ocorrem também nas periferias das grandes cidades, verificando-se a existência de inúmeros bolsões de pobreza, sobretudo nas capitais.

O que queremos trazer para discussão é a urgente necessidade do estabelecimento de estratégias governamentais de minimização destes problemas, através de políticas públicas que levem informação transformadora além da disseminação de práticas ambientais e sociais sustentáveis a esses municípios mais pobres, cumprindo assim seu papel constitucional de capitanear como legítimos representantes dessa parcela da população que historicamente tiveram seus direitos negados, o processo de construção de uma sociedade mais justa, democrática e plural.

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